Gramática 101
Vamos relembrar alguns conceitos utilizando a Gramática de Celso Cunha e Lindley Cintra?
Acento
1. Acento agudo (´):
a) Vogais tônicas fechadas i e u, como baú, açúcar, físico, horrível;
b) Vogais tônicas abertas e semiabertas a, e e o, como há, pé, pó, amável, herói, pálido;2. Circunflexo (^):
a) Indica o timbre semifechado das vogais tônicas a, e e o, como câmara, mês, hispânico, avô;3. Til (~):
a) Indica nasalidade no a e o, como maçã, pão, caixões, sermões;Antigamente se usava o trema (¨), porém agora seu uso se limita a palavras estrangeiras.Para ver as regras, veja as páginas 84 à 88.
Crase
Ao contrário da concepção popular, a crase não é um acento, mas uma contração da preposição a somada ao artigo a.
É representada pelo acento grave (`).
Regras do uso da crase:
a) Ocorre também no início de palavra como àquela;
b) Por ser uma contração com o artigo feminino a, não ocorre antes de palavras masculinas. Vou à cidade ≠ Vou ao mecânico.
c) Ocorre na indicação de horas exatas.
d) Ocorre quando substitui a expressão "à moda de", como beringela à francesa.Na dúvida, substituia por uma palavra masculina e veja se na troca resta um a ou nenhum.
Pontuação
A pontuação é um instrumento indispensável em quase todas as línguas. No português brasileiro, se divide em dois grupos:O primeiro grupo destinado à marcar pausas:
a) A vírgula (,): A vírgula marca uma pausa de pequena duração. Emprega-se não só para separar elementos de uma oração, mas também orações de um só período.
Finalizando as nossas observações, devemos acentuar o seguinte:
a) toda oração ou todo termo de oração de valor meramente explicativo pronunciam-se entre pausas; por isso são isolados por vírgulas, na escrita;
b) os termos essenciais e integrantes da oração ligam-se uns com os outros sem
pausa; não podem, assim, ser separados por vírgula. Esta a razão por que não é admissível o uso da vírgula entre uma oração subordinada substantiva e a sua principal;
c) há uns poucos casos em que o emprego da vírgula não corresponde a uma pausa real na fala; é o que se observa, por exemplo, em respostas rápidas do tipo: Sim, senhor. Não, senhor.b) O ponto (.): O ponto assinala a pausa máxima da voz depois de um grupo fônico de final descendente.
Emprega-se, pois, fundamentalmente, para indicar o término de uma oração declarativa.1) Além de servir para marcar uma pausa longa, o ponto tem outra utilidade. É
o sinal que se emprega depois de qualquer palavra escrita abreviadamente. Assim:
V, S.a (Vossa Senhoria), dr. (doutor), C. F. C. (Conselho Federal de Cultura), I. N. I. C.
(Instituto Naríonal de Investigação Científica).
Note-se que, se a palavra assim reduzida estiver no fim do período, este encerra-se com o ponto abreviativo, pois não se coloca outro ponto depois dele.
2) Quanto ao uso de ponto depois do vocativo que encabeça cartas, requerimentos, ofícios, etc., vejam-se as nossas Observações aos dois pontos.c) O ponto e vírgula (;): Como o nome indica, este sinal serve de intermediário entre o ponto e a vírgula, podendo aproximar-se ora mais daquele, ora mais desta, segundo os valores pausais e melódicos que representa no texto. No primeiro caso, equivale a uma espécie de ponto reduzido; no segundo, assemelha-se a uma vírgula alongada.O segundo grupo marca melodia e/ou entonação:
a) os dois pontos (:)
b) O ponto de interrogação (?)
c) O ponto de exclamação (!)
d) As reticências (...)
e) As aspas (“ ”)
f) Os parênteses ( ( ) )
g) Os colchetes ( [] )
h) O travessão (—)Para ler mais, consulte a Gramática 7° Edição, página 657 à 684.
Erros Gerais
1. Não existe menas, sempre será menos. 'Tivemos menos alegrias'.
2. Meias existe, porém deve ser empregado no contexto certo. Meias palavras, meios sorrisos.
Quando é um advérbio será sempre meio. Quando é um adjetivo ou numeral concorda com o gênero.
3. O gerúndio deve ser usado para indicar ações recorrentes, os brasileiros estão comprando mais, jamais em ações pontuais vou estar beijando esta noite.
4. Mas - conjunção adversativa: eu adoro ela, mas ela fala muito.
Mais - indica aumento, soma: temos dois presentes para a Mariazinha mais dois para o João.
5. Mau é o contrário de bom.
Mal é o contrário de bem.
Na dúvida, faça a troca.
6. Onde é somente para lugares, jamais use como no texto, onde o autor argumenta.... Substitua onde, por no qual.
7. O verbo haver não tem sujeito, ou seja, não flexiona em número, sempre será na 3° pessoa do singular (há, houve, haverá).
Recursos
Ainda tem mais dúvidas? Consulte a Nova Gramática do Português Contemporâneo de Celso Cunha e Lindley Cintra.
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